Domingo. Inicio logo cedo a campanha “Abaixo à macarronada com frango”. O que tenho contra? Meu estômago! Brincadeira, personas, brincadeira. Gosto dessa dupla dinâmica, mas não podemos comer os mesmos pratos sempre.
Em 20 de novembro, acordei inspirada e decidi cozinhar - arte que aprecio deveras. O cardápio foi definido um dia antes: arroz, feijão, filé à parmegiana e alguma folha como salada. Preferencialmente, a melhor para o meu humilde paladar: almeirão.
Fui para o fogão às 11h. Saí às 14h. Calma, pessoal. O cardápio foi BEM reformulado. O que eu tinha em mente não foi preparado trivialmente. Tirei um prato aqui, coloquei outro ali. Exclui o feijão. A salada do almeiro grande, então, foi para o beleléu…
Vamos ao menu?
Arroz: com o preço dos alimentos e a fome espalhada mundo afora, jogar comida no lixo é ideia abolida de casa há muito. A ordem é reciclar. Ou, como diz minha mãe quando um alimento fica certo tempo na geladeira, ressuscitar!
Por isso, fiz praticamente uma respiração boca a boca no branquinho gostoso: fritei cebola, bacon e joguei o danado na panela. Ai, que aroma…
Salada
Macarrão modelo parafuso, cenoura (estava murcha, mas também sobreviveu muito bem ao encontrar os novos amigos), tomate, maionese e cebola. Sabe o que eu usei para dar charme no maca-parafuso? Uma porca? Não! Creme de leite. Bastou adicionar um cadim de azeite, sal e pimenta calabresa. Por que a famosa especiaria da Calábria? Já tinha usado nos outros pratos a prima distante dela: a pimenta-do-reino.
Agora, vamos à nova roupagem dado a pratos conhecidos pela maioria das papilas gustativas do Brasil (quiçá, do mundo!).
Domingo de sol inspira criação de um bife diferente
Pacientemente, fiz o que uma amiga chama de “bife de pijama”. Para tal, coloquei em um prato farinha de trigo; ovo batido no outro e farinha de rosca num terceiro. A carne deve ser passada nesses três, e nessa ordem - truque infalível, aprendido com minha avó, de 74 anos.
Erro gera acerto
O segredo antes de empanar a carne está no tempero: erroneamente, troquei pimenta-do-reino por canela. Lavei dois bifes para tirar o excesso, mas resolvi deixar um pouquito do condimento, com a consciência de que não mataria quem fosse apreciar os pratos.
De resto: azeite português, sal, alho, vinagre e Sazon Tempero do Nordeste - o melhor tempero pronto que já experimentei em 19 anos de cozinha. Adicionei ainda um achado: Molho de Pimenta Verde Cremoso, da Preferitto. Comprei esses dias na loja de frutas e vitaminas, onde consumo água de coco. O estabelecimento fica na rodoviária da nossa cidade. É o que chamo de BAPQ (bom atendimento, preço e qualidade).
Os filés foram reservados na geladeira (cortados em pequenos pedaços, facilitando a etapa à milanesa) para sorverem essa mistureba boa por demais.
O vermelhinho…
O molho tinha de ser igualmente especial. Fritei cebola e meio dente de alho no azeite, acrescentei orégano, o molhinho de pimenta verde-marciana, Ajinomoto e sal.
Sabe o que me atrevi a fazer? Coloquei meio copo de vodka… Huuuummmm…
Junção de sabores
Feito molho e fritos os bifes, é chegada a hora de montar o Bife à Alinana. Forrei a Nossa Prensa com bastante molho, coloquei a carne, joguei o resto do vermelhinho, cobri com 300 gramas de muçarela e orégano. Acendi o fogo embaixo dessa espécie de chapa por 8 minutos, até derreter o queijo, e pronto! Só o Santo Protetor da Boa Culinária para saber o aroma esplendoroso que se espalhou por toda a casa.
Farofa Três Carnes tem requinte de saúde
Sabe os pedacinhos pequenos que tiramos com uma pontinha de gordura, quando o bife é cortado? Nada de lixo, lembre-se! Usei para outra criação, batizada de Farofa Três Carnes.
Na redonda com cabo, coloquei 5 gomos de linguiça fina de porco, 100 gramas de bacon e aqueles pedacitos de carrrrne (jeito barretense de pronunciar).
A carninha foi temperada com canela novamente.
Joguei tomate, cebola, manteiga e pouca farinha de mandioca, para que o prato não ficasse como a seca nordestina.
Após desligar o fogo, piquei 8 castanhas-do-pará e misturei, salvando a mistura extremamente calórica do mármore do inferno gordo. O alimento é rico em Ômega 3 (gordura que previne doenças do coração), retarda o envelhecimento e é o soldado que vigia o cérebro, protegendo as células nervosas e, evitando assim, que sejamos acometidos por doenças neurodegenerativas.
Dicas:
Usei coxão mole, mas a carne pode ser de sua preferência, desde que seja macia. Os meninos do Minerva Beef Shop estão sempre prontos para dar preciosas sugestões;
Linguiça fica mais gostosa sem o trema, de acordo com a regra ortográfica atual;
Uso solo um poquito de alho nos pratos, para evitar indigestão;
Coloque uma boa trilha sonora para te acompanhar no preparo dos pratos;
O molho de tomate pode ser de qualquer marca. O que vale é agregar o seu tempero. Evite colocar na panela do jeito que é comercializado;
Cuidado com o sal. Surpreendo-me ao fazer tal sugestão, porque sempre fui adepta deste tempero. Mas seu excesso implica em retenção de líquido, inchaço e elevação da pressão, entre outros prejuízos ao nosso organismo. Já viu paciente da Santa Casa morrer por causa de sopa salgada?
O molho teria ficado melhor com vinho. Vale lembrar que o álcool evapora quando há fervura, restando somente o sabor dessa bebida alcoólica.
Para quem não sabe cozinhar pratos sofisticados, cujos nomes enrolam a língua, impedindo a degustação, faça como eu: adicione ingredientes diferentes e dê o seu toque aos pratos nossos de cada dia! Afinal, quem disse que a farofa sempre leva ovo?;
E, finalmente, use um balde para tirar a água da boca. Coloque o avental da Pitty e do Ira!, com os dizeres “Eu quero sempre mais”, e encoste a barriguinha no fogão!
Bom apetite!
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